Em plena negociação com a "troika" internacional, o Governo vive uma situação caricata: o primeiro-ministro e o ministro das Finanças estão de costas voltadas.
Não se trata de dizer não à dívida aos ingleses e holandeses, mas de recusar uma garantia de estado para uma situação de um banco privado. A convicção do povo é que as dívidas privadas não devem ser colocadas em cima dos ombros dos contribuintes, que nada tiveram a ver com o assunto
O PSD tem um problema inesperado. Chama-se Passos Coelho. A sua forma de estar e comunicar tem constituído uma desilusão. Não há forma de ver nele o líder capaz de entusiasmar o eleitorado e provocar uma onda laranja irresistível. Abre demais a boca, confundindo-se com o pretenso rival em vez de se distanciar dele.
Passos fez do PSD um partido inexperiente, coisa que até agora não fazia parte da imagem do partido. Que o líder seja tomado por inexperiente é uma coisa. Já que o partido se transforme à imagem e semelhança do seu líder é outra conversa.
Uma crise não é uma situação em que toda a gente vive pior: é uma circunstância em que há mais gente a viver pior do que gente a viver melhor.
Fonte oficial do Exército confirmou a informação explicando que houve "um atraso de um dia" no pagamento dos salários pelo que amanhã a situação estará regularizada.
Para quem ainda teima em atribuir a crise nacional à crise financeira internacional, aqui estão dois gráficos que mostram bem que os nossos problemas começaram bem antes de 2008. O primeiro gráfico apresenta a evolução da dívida externa líquida (posição líquida internacional) desde 1990.
Por grave incúria ou imprudência, prodigalidade ou despesas manifestamente exageradas, especulações ruinosas, ou grave negligência no exercício da sua actividade, criar um estado de insolvência;
Fiscalista Medina Carreira, em entrevista exclusiva ao Expresso, afirma que Portugal terá de crescer entre 3% e 4% para reembolsar a dívida e reequilibrar as contas públicas.
Também as Obrigações do Tesouro (OT) portuguesas a 2 e 3 anos estão a sofrer forte pressão - situam-se em 10,26% e 10,57% respetivamente e estão com tendência de subida, fixando novos máximos históricos desde a adesão ao euro. As OT a 5 anos aproximam-se do patamar dos 11%.
Pedro Passos Coelho, admitiu hoje a definição de um limite máximo das reformas pagas pelo Estado, sublinhando que há hoje no país muitas pessoas "que auferem reformas desproporcionadas aos descontos que fizeram".
o Governo vai apresentar a execução orçamental do primeiro trimestre. A melhor em muitos anos. Tão boa, aliás, que se a aplicasse a todo o ano, em 2011 teríamos superavit orçamental. Não um défice de 4,6%, como orçamentado; não um défice de 5,6%, como previu o FMI há poucas semanas, mas nada menos que superavit, lucro, mais receitas que despesas.
essa gente da política partidária está sempre pronta para ajudar os partidos não colaborando com eles. Deviam ter a coragem, a audácia e a rebeldia de dizer, como o dr. Fernando Nobre: "Vocês não prestam para nada. Em que é que eu posso ajudar-vos?"
Num dos seus romances mais conhecidos, Sybil (1844), Disraeli descreve uma Inglaterra dividida em "duas nações", a dos ricos e a dos pobres, entre as quais "não há nem relacionamento nem simpatia". Cenário que se repetiria no século xx, com algumas adaptações, mas a mesma crueldade, nos governos de Margaret Thatcher, e que ameaça repetir-se
As empresas de resíduos do grupo Fomentinvest, onde Pedro Passos Coelho desempenha responsabilidades de gestão directa, têm como sócios figuras envolvidas em escândalos financeiros: os construtores Irmãos Cavaco, acusados de burla qualificada no caso BPN e Horácio Luís de Carvalho, que está a ser julgado por corrupção e branqueamento de capitais
Garcia Pereira, cabeça de lista por Lisboa do PCTP-MRPP, admite apresentar uma previdência cautelar contra os debates televisivos das legislativas de 5 de Junho por, mais uma vez, deixarem de fora os partidos sem assento parlamentar.
Os mercados de acções foram fortemente castigados pelos rumores de que Portugal e Grécia poderão ter de reestruturar a sua dívida. O PSI20 caiu 2,35% para 7.546,25 pontos, com todas as empresas no vermelho.
O secretário-geral do PSD defendeu que Portugal enfrenta a maior crise dos últimos cem anos e tem de ir agora «mesmo ao fundo da questão», observando: «Enquanto produzirmos como marroquinos não podemos viver como alemães. Este é o problema de Portugal, e essa é a realidade com que somos confrontados pelo euro».
o facto de o FMI propor condições mais generosas do que a troika (Comissão, BCE, FMI) parece ser não apenas absurdo como sinal de que os governos estão a tomar decisões para os seus eleitorados e não para os interesses futuros da UE.
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, acredita que o programa de ajuda da União Europeia
e do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Portugal estará concluída em meados de Maio.
A crise tem reavivado vários vocábulos na linguagem financeira. À medida que a crise evolui, diferentes segmentos da estrutura económica têm estado sob pressão. E desde há um ano e meio para cá, são as contas públicas que recebem toda a atenção. Leia aqui a descrição simplificada dos principais termos que por estes dias dominam o noticiário.
Portugal irá conseguir o apoio do actual programa de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que está a ser negociado pelo Governo português. No entanto, isso não será suficiente para resolver os problemas do país, avisa a agência de notação financeira, concluindo que este terá de pedir também ajuda ao MEEF
Passos Coelho seria o próximo primeiro-ministro. Só não se sabia quando. O desgaste da governação PS era uma evidência que estendia uma passadeira vermelha ao jovem e dinâmico líder laranja. Mas eis que no espaço de poucas semanas o cenário começou a mudar. Passos está a conseguir a grandiosa façanha de descer nas sondagens
Pacheco Pereira revelou na noite de quinta-feira no programa “Quadratura do Círculo”, na SICN, que no dia em que José Sócrates estava a negociar o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC4) em Bruxelas os deputados do PSD receberam uma mensagem em que lhes era pedido para não fazerem “nenhuma declaração” que “pudesse prejudicar as negociações”.
Os próximos meses vão mostrar como o Governo, em vez de governar, ser sério e encarar os problemas de frente, transformou o poder num exercício quotidiano de ilusionismo. Estamos a meio de Abril e já é patente que a redução de custos na Administração Pública se está a fazer na base de uma orçamentação irrealista - tudo foi sub-orçamentado
Arauto da cidadania e da campanha contra os partidos, assim que se apanhou com alguns votos na mão logo se vendeu a Passos Coelho em troca de uma sinecura. No ato desfez a vida, o que é o menos, e tornou a conversa sobre a cidadania impraticável durante muito tempo. Não só pela sua boca, mas por quem possa querer aventurar-se na temática.
Estive a estudar a mitologia escandinava para escrever a crónica de hoje mas, em termos metafóricos, só se aproveitava o martelo de Thor.